Enio Moraes Júnior
Num ensaio em que tenta pensar uma resposta para a sutil pergunta "para onde vai o mundo?", Edgar Morin utiliza seu pensamento complexo para nos fazer entender que o futuro não está só no futuro. Ele é uma consequência do passado, do presente e também das próprias prerrogativas que se tem em relação a esse futuro:
(...) o jogo do vir a ser é uma prodigiosa compelxidade. A história inova, deriva, desorganiza-se. Ela muda de trilho, descarrila-se: a contracorrente suscitada por uma corrente se mescla com a corrente, e o descarrilador tornase a corrente. A evolução é deriva, transgressão, criação; é feita de rupturas, perturbações, crises (MORIN, 2010: 16).
Qual será o futuro do Brasil? No final dos anos 60, Arnaldo Jabor traçou um importante e irretocável retrato da classe média carioca que pode nos ajudar a pensar o que seremos amanhã com base no que fomos ontem, do que somos hoje e do que pensamos ontem sobre o que seríamos amanhã, hoje.
A Opinião Pública, atualíssimo, é de 1967. E se não nos ajuda a compreender o passado, o presente nem a pensar sobre como será o futuro, nos ajuda a pensar sobre o que somos. Como diz Morin:
Berlim
Há 10 anos